terça-feira, 30 de agosto de 2011

Licks - é bom usar?

Penso que podemos definir um lick como uma frase ou um trecho que foi popularizada por alguém. (Ex Lick do Coltrane)

Para quem ouve muita música, certamente já passou por situações do estilo "eu já ouvi isto em qualquer lado". Isto é perfeitamente normal e agora que tenho ouvido muito jazz tenho-me apercebido desta promiscuidade de uns a usarem os licks dos outros e os outros dos uns. Enfim, uma javardice...

Não fiquem com a ideia de que sou contra o uso deles, muito pelo contrário.

Há pouco tempo li uma história engraçada acerca desta temática: certa vez, um compositor erudito muito conhecido chamado Gustav Mahler Igor Stravinsly foi ver um fenómeno do Jazz do qual tinha ouvido falar. Era nada mais nada menos do que Charlie Parker (Bird). Bird soube que Mahler Stravinsky estava na sala e usou parte de uma das suas sinfonias num dos seus solos. Mahler Stravinsky, ao aperceber-se da situação, ficou eufórico, e terá alegadamente caído da cadeira deixando cair o seu whisky no chão tal foi a sua reacção. (blasfémia)

O mesmo se conseguirá se eu estiver a improvisar o Giant Steps do Coltrane para a pequenada e lá pelo meio, conseguir enfiar a música do Dartacão, de certeza que os levo à loucura.

Quero com isto dizer que, reconheço que o uso moderado de licks é uma ferramenta poderosíssima para obtermos alguma reacção do nosso público alvo, mas também acredito que um bom jazzer não pode ser apenas um rato de licks, tem que empregar a sua própria personalidade nos seus improvisos.

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