quinta-feira, 26 de abril de 2012

Modo Aeólio

Temos hoje mais um post sobre a nossa jornada teórica e para hoje, o tema escolhido é o modo Aeólio.
 
Este modo é frequentemente referido como escala menor natural. Não obstante, é um modo utilizado muito raramente e não há um grande consenso na sua utilização.
 
Como este modo corresponde ao 6º modo de uma escala maior, este pode ser utilizado numa progressão diatónica normal como por exemplo III-VI-II-V.
 
No entanto, mesmo nesta progressão, na grande maioria das vezes, o VI é tocado como acorde dominante, ficando qq coisa do estilo Em7|A7|Dm7|G7.
 
Esta abordagem abre muito mais portas no que respeita à improvisação pois ficamos com muitas opções de alterarmos notas (b9, alt, #9, #11 e por aí adiante).
 
Para terminar, pode afirmar-se que é adequado tocarmos o modo aeólio quando alteramos a 5ª de um acorde ficando com o seguinte exemplo válido Am(b6).
 

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Sax Masters - Dexter Gordon

Vou iniciar uma espécie de rúbrica no blog para vos falar nos nomes que por algum motivo ou outro me chamaram a atenção e merecem a minha referência por de alguma forma se aproximarem do meu imenso talento. :p
 
Devo já adiantar que, para quem anda nestas andanças, dificilmente encontrará aqui algum nome que não tenha já ouvido. Para além de ser péssimo com nomes, a história não é de todo o meu forte.
 
No entanto, pode ser que consiga nalgum destes posts, referir alguém que ainda não conheçam e para os que estão a iniciar, será certamente uma rúbrica interessante.
 
Não vou aqui expor biografias nem nada que se pareça, há muita coisa na net sobre eles e os mais curiosos poderão avançar a partir daqui. Esta rúbrica apenas identificará os nomes acompanhados de algum som que por aí ande.
 
Para a primeira rúbrica, escolhi o master Dexter Gordon. Este tipo detém o meu troféu de melhor timbre de sax no mundo do Jazz. Para além disso, os seus solos são completamente hipnotizantes. Ele consegue desenvolver ideias e linhas melódicas como poucos.
 
Os álbuns que mais ouço dele e que recomendo vivamente são:
 
Daddy plays the horn
Go!
 
Lá vai ele em Blue Bossa. Enjoy!
 

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Modo Frígio e o acorde sus(b9)

Se olharmos para a tabela de modos, era suposto identificarmos o modo frígio quando encontramos um acorde do tipo IIIm7.
 
A relembrar, definimos o modo frígio como sendo:
III- Frígio = 1 b2 b3  4  5 b6 b7
 
No entanto, apesar de estar correcto, não é usual fazê-lo. A nota b6 soa bastante dissonante logo, tanto o acorde como a nota em questão só são abordados em progressões diatónicas (III-VI-II-V). E mesmo esta progressão é muitas vezes reharmonizada logo, este modo é mais utilizado em acordes do tipo sus(b9).
 
Este tipo de acorde traz-nos uma abordagem um pouco diferente daquela que temos abordado anteriormente. Vimos que nos acordes II, V, I as notas mais importantes são a 3ª e a 7ª.
 
Neste tipo de acorde sus(b9) no entanto, as notas mais tocadas e relevantes são a root, b9, 4, 5 e 7.
 
Para os mais distraídos, a definição da nota 9 está aqui.
 
Este acorde é relativamente novo na harmonia do Jazz. Duke Ellington já o tinha usado nos anos 20, mas só nos anos 60, com Coltrane, Shorter e outros é que o popularizaram.
 
Este acorde, tal como os outros acordes do tipo sus, funcionam como acordes dominantes, do tipo V, como tal, tendem para uma resolução para uma 5ª abaixo.
 
Por agora, ficamo-nos por aqui com este acorde no entanto, deixo-vos com duas outras características que serão abordadas mais à frente:
- Este acorde é frequentemente utilizado para substituir outros acordes sus, acordes dominantes e mesmo progressões ii-V
- Existe uma outra escala que podemos tocar sobre este acorde

quarta-feira, 18 de abril de 2012

O modo Mixolídio e o acorde sus

Não sei se já abordei o acorde sus ou não. De uma forma simplista, a tríade de um Csus é composta pelas notas C,F e G. Ou seja, há uma substituição da 3ª pela 4ª nota.
 
Sus vem de suspenso e se tocarem esta tríade num piano, vão perceber do que estamos a falar. É um acorde muito tenso que anseia por resolução rápida.
 
Ora bem, voltando ao título do post, é de referir que sobre acordes sus normalmente toca-se o modo Mixolídio. A única diferença aqui reside no facto da 4ª não soar a nota evitada, uma vez que esta faz parte do acorde.
 
Os acordes suspensos funcionam como acordes V ou seja, dominantes.
 
Alguns exemplos de acordes suspensos:
- G7sus - G, C, D, F
- F7M/G - G, F, A, C, E
- Dm7/G - G, D, F, A, C
 
Em breve falaremos dos exemplos de acordes que têm uma barra.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Wannabe-Jazzer - Fly me to the Moon

Bom, tenho a certeza que já têm saudades de me ouvir :p
 
Segue aqui uma gravação de um tema que nunca tinha tocado. Foi a primeira vez que olhei para ele.
 
Algumas notas:
- Não liguem aos ataques, mando ali umas pranchadas valentes mas é porque ainda estou a habituar-me a uma boquilha metálica muito sensível, ainda não a domei. :p
 
- O tema é fácil, lento e extremamente intuitivo, pelo menos para mim. Não obstante, não posso deixar realçar que o estudo vale realmente a pena. Já começo a notar uma destreza muito grande a identificar as progressões e a conseguir ligar as mudanças de tom. Muito positivo.
 
Espero que gostem.
 

sexta-feira, 13 de abril de 2012

O modo Lídio e o acorde 7M(#4)

Iniciamos então esta jornada sobre a harmonia de escalas maiores por falar de uma das substituições mais frequentes nos acordes maiores de 7.
 
O modo Lídio pode ser tocado em quase todos os acordes maiores de 7ª. Ou seja, a título de exemplo, podemos quase sempre substituir um acorde C7M por C7M(#4) - tocar Dó Lídio em vez de Dó Jónio. Cria um efeito moderno quando se toca o F# e evita-se a nota evitada F, passe a redundância. :)
 
Este acorde é visto como um acorde moderno.
 
A título de evolução histórica, os músicos pré-bebop já utilizavam a 4ª em acordes dominantes, mas apenas como nota de passagem. Os músicos do bebop passaram a alterar esta nota mas apenas em acordes dominantes. No entanto, atenção que esta alteração em acordes dominantes faz com que o acorde em causa deixe de pertencer a uma escala maior, ficando a pertencer a uma escala menor melódica (abordada num futuro post).
 

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Notas a evitar

Bom, antes de começarmos com a harmonia das escalas maiores propriamente ditas, ainda há um conceito a abordar e nada melhor do que começar o post por dizer que o termo é algo infeliz. Esta infelicidade é defendida pelo meu amigo Mark e, pelo decorrer do posto, também vão perceber que o é.
 
A melhor maneira de definirmos estas notas será notas a utilizar com cuidado.
 
Estas notas podem ser utilizadas como notas de passagem, o que se deve evitar é enfatizá-las em determinados contextos.
 
As notas a evitar criam tipicamente uma dissonância muito grande, o que pode ser indesejável à ideia que estamos a construir.
 
No entanto, as dissonâncias, quando utilizadas correctamente, não são propriamente más. Podem inclusivamente, trazer muito interesse ao solo pois criam uma tensão muito grande, quebram a monotonia e fornecem energia ao solo.
 
Um simples exemplo de uma nota a evitar é a 4ª nota quando tocamos um acorde maior. Experimentem tocar um acorde de C Maior, e tentar desenvolver uma ideia dentro desse acorde e enfatizem a nota F. Vão ver que cria uma dissonância muito estranha. No entanto, se passarem por ela e resolverem para a 3ª, vão ver que afinal não se passa nada de mais.
 
Se por outro lado, estivermos a tocar fora (conceito explorado mais à frente), então provavelmente, esta nota será a mais interessante para tocar.
 
Na evolução do Jazz, esta nota era evitada pelos músicos pré-bebop, ou era utilizada apenas como nota de passagem.
 
Os pioneiros do bebop por sua vez, subiam esta 4 em meio tom, originando #4 ou #11 ou seja, tocavam o modo Lídio em substituição do modo Jónio.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Harmonia de Escalas Maiores

No que respeita à vertente teórica do blog, vamos começar uma jornada sobre a harmonia de Escalas Maiores.
 
A título de introdução, vamos tecer algumas considerações.
 
Primeiro devemos estar conscientes que num determinado acorde, podemos tocar várias escalas ou modos. Já falámos em algumas, mas vamos relembrar as escolhas mais básicas
 
- Jónio: I7M
- Dórico: IIm7
- Frígio: IIIsus(b9)
- Lídio: IV7M(#4) ou IV7M(#11)
- Mixolídio: V7
- Aeólio:VIm(b6)
- Lócrio: VIIm7(b5)
- Mixolídio: Vsus
 
Para terminar esta introdução, lanço a seguinte questão: Se todos aqueles acordes pertencem à escala de C Maior, porquê pensar em modos e não apenas na escala onde as progressões se encontram?
 
Por causa das notas a evitar. Este tema será abordado no próximo post.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

9,11 e 13 - O que significa?

Para quem já andou a ver umas cifras, certamente deve-se ter perguntado sobre o significado dos 9, 11 e 13 que eventualmente encontraram.
 
Uma explicação muito básica sobre este tema:
 
Se estivermos em C, aprendemos que 5 = G e 7 = B. Ora, os números 9 e 11 aparecem quando prolongamos a escala a mais do que uma oitava, ficando então:
1 - C
2 - D
3 - E
4 - F
5 - G
6 - A
7 - B
8 - C
9 - D
10 - E
11 - F
12 - G
13 - A
14 - B
 
Para justificar a utilização dos números 9 e 11, vamos também estabelecer uma outra regra. Os acordes são construídos por intervalos de 3ª e só acrescentando mais do que uma oitava é que obtemos todas as notas da escala:
1 - C
3 - E
5 - G
7 - B
9 - D
11 - F
13 - A
 
Em termos de leitura, podemos estabelecer que:
2 = 9 = D
4 = 11 = F
6 = 13 = A
 
No que respeita às cifras propriamente ditas, posso dizer pela minha experiência que:
 - Em 99% dos casos, se quisermos referenciar a 2ª nota da escala, encontramos um 9 (Ex: Esus(b9))
 - No entanto, na referência à 4ª nota da escala, já encontramos um rácio mais equilibrado, talvez na ordem dos 50-50 (Ex: F7M(#4) e F7M(#11))
 - Já em relação à 6ª nota da escala, ainda não encontrei muitos casos onde fosse referenciada numa cifra, mas tipicamente, tendem a ser utilizados de uma forma equilibrada também.
 
Uma maneira simples de nos familiarizarmos com esta numeração é descrever uma escala como sendo:
root, 9, 3, 11, 5, 13, 7

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Aplicações Android

Até há muito pouco tempo, eu era daqueles indivíduos que achava que um telemóvel servia apenas para fazer e receber chamadas e como tal, teimava em ter um telefone muito rudimentar que apenas servia para esse efeito.
 
Quando comecei a ver esta moda dos smartphones pensava cá para mim que era apenas mais uma paneleirice. No entanto, passado algum tempo, comecei a pensar se não seria eu a ser um pouco obtuso e a armar-me em esquisito ao negar a utilidade do bicho.
 
Decidi portanto presentear-me com um telefone esperto android. E esta decisão não poderia ter sido melhor. Estou rendido às suas funcionalidades e já sou capaz de debater com qualquer um sobre este novo conceito de telemóvel. Desde ir à internet, à panóplia de aplicações que estes dispositivos apresentam, cedo rendi-me às evidências.
 
Neste momento tenho um telefone que faz e recebe chamadas, vai à internet, tenho uma agenda pessoal, GPS e ainda... wait for it... serve de assistente musical!!
 
É verdade, instalei umas quantas aplicações de música que fazem do meu novo telefone, um espectacular assistente musical.
 
Vamos lá falar das aplicações que instalei então:
 
- Mobile Metronome - Metrónomo
- gStrings - Afinador
- Musical Lite - Teclado
- Audio Speed Changer - uma app que altera a velocidade de uma música sem alterar o tom
- Interval Recognition - treinador de ouvido (identificar intervalos, escalas e acordes)
- Jazz Radio.com - Aplicação que disponibiliza vários radios on-line só com música de Jazz
- iReal b - Todas as aplicações que referi anteriormente são gratuitas. Esta é a única pela qual tive que pagar 8€ para ter mas vale cada cêntimo. É sem dúvida uma aplicação imperdível para quem anda nestas andanças. Muito basicamente, isto é uma aplicação que serve de playalong e tem todos os temas que vocês podem imaginar e ainda mais alguns, cifrados!! A cada tema podemos alterar o tempo, o tom, e inclusivamente o tipo de ritmo que o acompanha. Também podemos compor e alterar os temas que entretanto puxámos para o telefone. BRUTAL!!
 
Em suma, se puderem ter um smartphone e ainda não têm, comprem!! Eu compraria um aparelho só pelas aplicações de música, quanto mais para tudo o resto.